Hoje a realidade estava um pouco dura, amarga. Não via a hora de dormir. Logo cumpri meus rituais do fim do dia e deitei. Mais alguns rituais antes de dormir como a posição do travesseiro, do bichinho de pelúcia que me faz companhia toda noite, do cobertor e então coloco meu corpo na posição mais confortável. Fecho os olhos e logo ele vem…
Os sonhos me trazem realidades possíveis e otimistas, aventuras em mundos diferentes, super-poderes, coragem, felicidade. Suas sensações reais acalmam meu corpo e minha mente. É algo que sinto fisicamente, como se fosse parte do mundo real: cheiros, emoções, vibrações... inexplicável... como é capaz de trazer pessoas que já foram, estendendo seu tempo de vida, antes curto. Uma felicidade, um verdadeiro alívio para a realidade que às vezes desanima e machuca. Nesse mundo sou capaz de tudo e chego a confundir parte dele com o mundo real.
Em alguns dias, a fuga para esse mundo mágico também dá errado. Os meus maiores medos vêm me assombrar, uma realidade distópica, exagerada, triste e fria, que arrepia até a espinha, gela meu coração e aperta meu cérebro em enxaqueca. Uma reprovação, quando passo por um processo importante; uma amnésia repentina, quando tenho que apresentar-me diante de um público; um acidente, quando estou prestes a viajar. Há dias em que sei que tudo faz parte da minha mente ansiosa querendo me pregar peças, mas têm dias que são tão reais...
Em alguns dias, a viagem ao mundo dos sonhos nem mesmo acontece. É como se eu apenas piscasse e ... amanheceu.
Entretanto, bom ou ruim, incrível ou implacável, o sonho sempre acaba com o despertar. E, no mundo real, todos os problemas estarão lá para serem resolvidos, todos os medos estarão aqui para serem ultrapassados.
Quando o mundo dos sonhos mostra-se mais incrível, torna-se difícil abrir os olhos.
Despertar | Rio de Janeiro-RJ | Foto: Essio Santos
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