A ansiedade é algo que convivo diariamente, está em mim. Hoje está adormecida, dando-me o mínimo de equilíbrio para viver e me proporcionando sensação de paz que há muito não sabia o que significava.
Todavia, como escrito em postagens anteriores, é uma luta diária e constante. Um dia eu venço, outro ela. (Fico feliz em compartilhar que ultimamente são mais dias meus do que dela).
A ansiedade tem como substrato o medo, ela se desenvolve na insegurança, no novo, no que foge do controle. Mas para a sorte dessa minha velha companheira, sou uma pessoa que tem como uma das virtudes a coragem.
E o mais curioso é que a coragem não é a ausência total de medo. Ter coragem significa que, mesmo com medo, a vida segue e vou fazer àquilo que tenho e, sobretudo, quero fazer.
Essa semana estive compartilhando ideias com minha irmã sobre o assunto e como o medo aparece muito em virtude de situações em que outras pessoas não param de expor suas ideias (leia-se bobagens e visões atravessadas de mais medo) quando tenho de fazer algo totalmente novo. Eu entendo e reconheço que a maioria delas não faz por mal, na verdade, é uma forma de proteção. Só que para um ansioso pode ser um gatilho ou um facilitador de aumentar (quem?) A ansiedade!
Uma dessas situações complicadoras e comida para alimentar o medinho são as viagens.
Sim, viagens! A melhor coisa a se fazer na vida, aquilo que mais me motiva, que alegra e traz descanso para a alma.
Sim, algo tão bom e delicioso como conhecer um novo lugar pode e é uma situação que gera medo e, consequentemente, ansiedade. Ainda mais se o lugar é novo e você não faz nem ideia de como chegar lá, mas vai dirigindo, como Poços de Caldas-MG; ou um lugar novo e ao mesmo tempo "perigoso" como São Paulo.
Levanta a mão (ou comente) quem nunca sentiu um frio na barriga quando se deparou com situações parecidas. Para quem é ansioso, esse frio na barriga se multiplica infinitamente, cria braços e pernas, torna-se um monstro horrível, capaz de tirar o sono. (Sim, dormi mal pra caramba só de pensar que ia fazer essas duas viagens).
Só que não eram apenas viagens para conhecer um lugar novo: ir até lá significava me desafiar.
Viagens motivadas pela minha pesquisa e os artigos que desenvolvi sobre. Ou seja, eu teria de ir porque seria um crescimento profissional e de conhecimento sem tamanho. Então, eu iria de todo jeito.
Aí você escuta um milhão de insanidades:
"Você nem conhece a estrada"- diz um.
Na minha cabeça - "vou me perder, sofrer um acidente e morrer." - Aí você lembra da ferramenta da Terapia Cognitiva Comportamental: questionar os pensamentos automáticos.
Não conheço o lugar, ok, mas não vou conhecer se não for lá... ÓBVIO. E outra, o GPS tá aí pra isso!
Primeiro caso:
Fui.
Com medo e tudo.
E vou te contar: foi a melhor experiência de todas! 3 amigos em um carro, música e uma paisagem deslumbrante.
Além disso, agora já sei chegar lá e todas as técnicas de direção em estradas ultra movimentadas e de fluxo rápido.
Segundo caso:
Também fui. Menos ansiosa porque quem me levaria seria o ônibus e novamente estava acompanhada de amigos.
E, como dizem meus amigos, foi o rolê. Andei pra todos os lados e sei que ainda falta muito daquela cidade linda (e chuvosa) pra conhecer. Alem disso, o congresso foi um dos mais legais que já fui. Gente e bibliografia diferente, tudo que eu precisava!
Moral da história:
Vá com medo, mas não deixe de ir! Não se paralise nunca!
É difícil? Super difícil. Mas cada pequena vitória, cada monstro mental que é derrubado, me faz mais e mais forte! Mais e mais segura!
Nunca há garantia de dar certo, mas você pode estar perdendo uma grande oportunidade e experiência.
Experimente!
Eu fui. Apesar de você, Medo. Eu vou continuar indo.
Descobrindo a estrada | Foto: Iolanda Pedrosa