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Era apenas o primeiro dia

Qualquer novidade traz frio na barriga, insegurança. Não sabemos como vai ser, o que irá acontecer com a gente e o primeiro contato pode ser assustador. Que o diga a Manu.

Manu tinha certeza da futura profissão e procurava sempre os planos do curso, disciplinas e até programas de pós-graduação para o futuro.

Depois de formada e estudar por meses sem parar, a garota conseguiu sua vaga na faculdade de História. A alegria de ter passado no processo seletivo, rapidinho deu lugar ao medo do novo. Como seriam seus novos colegas? Se tornariam amigos um dia? E os professores? Como seria a rotina do curso?

Diante da porta da faculdade, sentia-se como uma criança, voltava a sentir-se como uma menina sozinha em seu primeiro dia de aula na escolinha do bairro onde morava. Os muros altos, as pessoas estranhas (estariam falando de mim?), o lugar desconhecido, a sensação de frio, os pais ficariam para trás dos portões, tudo estava cinza.

Seguindo as coordenadas chegou até a sala onde teria aula durante todo o período. Sentou-se no canto, lugar que sempre preferira. E, mal havia se ajeitado na sala, a primeira professora entra e começa:

_ Sejam bem vindos! - a professora se apresentou e seu currículo parecia não ser compatível com alguém tão jovem, como ela fez isso tudo?, pensou Manu - Vamos nos conhecendo melhor ao longo das aulas e tentarei guardar o nome de vocês.

Os alunos se apresentaram um a um, com nome, idade, o porquê da escolha do curso. Tinham histórias divertidas, outras mais sóbrias, gente nervosa como eu e outras nem tanto. Manu começou a sentir-se mais confortável. Ao fim das apresentações, a professora passou o plano de aulas e a ementa e… “agora, já posso desistir?”, foi o que veio a cabeça da garota.

Os trabalhos pareciam impossíveis de serem feitos, os livros gigantes demais para serem lidos e isso era apenas UMA matéria… E as outras 6? A cabeça da garota começou a sair fumaça de tanto pensar em como daria conta disso tudo. Todos que a conheciam já havia alertado sobre a diferença entre a vida de Ensino Médio e a vida de universitário. Manu agora começava a entender isso e brigava consigo mesma, ponderando se mudava de curso ou não. Mas era apenas o primeiro dia…

No primeiro dia, a sombra de um simples ratinho, transforma-se em um monstro gigante e assustador. Mas é só o primeiro dia. Nele, tudo é desafio.

As aulas foram passando, os dias, as semanas e, com o tempo, Manu viu que o sentimento de que “não iria dar conta” foi se dissipando. Com o tempo, a garota acostumou-se com o ritmo do curso e seus livros (cada vez maiores) foram ficando mais fáceis de lidar.

Manu entendeu que a vida é assim: cheia de “primeiros dias”, a sensação é a mesma, mas eles passam.

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Escrever, expor sentimentos e ideias que acumulam em nossa mente torna-se então uma forma de resistir e aliviar as tensões. A partir disso criamos o Insônia Produtiva e compartilhamos ela com você, porque uma noite escura pode ser iluminada por uma constelação de ideias.

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