Sabe aquele dia que você acorda e está triste sem motivo algum? Pois é… Isso também acontece comigo, com seu vizinho, com a pessoa mais feliz e bem humorada do mundo, enfim, com todas as pessoas em algum momento da vida, da semana ou do dia.
Às vezes parece que somos obrigados a reprimir que estamos em um dia “ruim”, que sempre precisamos estar 100% felizes, sorrindo e de bem com a vida. Enquanto na verdade somos seres frágeis e passíveis de tropeços e quedas, sem qualquer motivo aparente.
Há algumas semanas, acordei querendo ficar só. Não tinha ânimo para nada, nem para as atividades que mais me davam prazer. TPM? Não era o caso. E foi aí que lembrei de um momento de uma oficina que participei há pouco tempo, a qual a pessoa que ministrava dizia que temos que curtir cada momento, mesmo os de dor e tristeza. E foi então que desafiei a mim mesma:
Vou curtir o dia de bad!
Entrei para o quarto e, mesmo com a casa repleta das pessoas que amo, me mantive recolhida. Era o que minha mente e corpo pediam. Fiquei em silêncio a maior parte do dia, lendo algo, escrevendo, dormindo, vivendo no meu mundinho, sem me obrigar a ficar feliz. E simplesmente, foi mais fácil curtir esse momento, do que lutar contra ele.
Ao final do dia, queria assistir algum filme. Afinal, adoro filmes e nada mais me faria viver/sentir o momento do que um. Quando todos foram dormir, procurei o mais triste que tinha na minha lista de favoritos ou baixados no meu computador. Deparei-me com “Como eu era antes de você”. Um filme de sucesso, popular e que eu não tive coragem de ver justamente pelo seu apelo emotivo (e por já saber como terminava). Não o veria em um dia considerado “feliz”, mas naquele momento era o filme perfeito.
Um amor conquistado, uma narrativa divertida e um final emocionante. Um enredo para dias tristes que me fez refletir, pensar na vida e, claro, chorar rios.
Curti cada segundo do meu dia de bad e, sinceramente, foi um dos melhores dias da minha semana. Você deve achar que sou maluca, mas não! Curtir o dia ruim demonstrou que aquele era apenas UM dia, necessário mas passageiro. Me fez dar mais valor aos dias bons, de vitória, de momentos felizes. Me ensinou que as vezes uma batalha pode ser vencida pela rendição. Que sim, está tudo bem em ter dias não tão bons, só não posso deixar eles virarem uma rotina.
Curtir o dia de bad, o meu dia de bad, foi intenso, mas fez com que ele acabasse logo ao amanhecer… Enquanto que, se eu tentasse adiar, me opor a ele e fingir que estava tudo bem na minha cabeça, poderia prolongar um simples dia em semanas, meses e, quem sabe, uma vida inteira.