Acordei em um domingo pela manhã e, eis que no primeiro final de semana do outono, o dia está lindo, ensolarado e me convidando para sair, respirar e sentir a brisa batendo em meu rosto.
Coloquei os meus sapatos, meu fones de ouvido e, aleatoriamente, começou a tocar uma canção, a qual nos diz para não termos medo.
Medo? Essa palavra não existe no meu vocabulário. Ora, sou uma jovem, de 23 anos, livre, independente, que corre atrás dos seus sonhos, tenho o direito assegurado pela constituição de ir e vir como qualquer cidadão brasileiro. Posso sair pela manhã, tarde, noite, madrugada... E nada irá me afetar, nada vai acontecer, sempre que saio tenho a certeza que voltarei para a casa sã e salva.
Era para ser assim. Em pleno 2018, eu como uma mulher e cidadã NUNCA tenho a certeza que voltarei para a casa sem nada de ruim acontecer. Lembro-me do relato de amigas que saíram e sentiram que não iriam voltar, pois passaram por situações no mínimo medonhas, asquerosas e que não convém relatar.
Vou para a faculdade pensando no que pode acontecer, no que fazer caso alguém suspeito se aproxime demais. Coloco os fones de ouvidos para não ter que sentir as palavras de muito mau gosto que me são ditas quando estou de shorts ou saia. Se bem que eu acredito que nem se eu estivesse de burca o respeito iria existir.
Só quem é mulher, livre e que luta pelo direito de ir e vir sabe os medos diários que este sexo FORTE vive. O medo existe! Pode estar até onde menos imagino e se faz presente durante os 365 dias do ano.
Woman, don't be afraid, lets fight!
P.s: Marielle, presente!