Quanto tempo você dedica à você mesmo?
Essa não é a primeira postagem que faço sobre, mas é a primeira na qual me dei conta de que minha ansiedade anda dando "bons dias" e "boas noites".
Agora faço terapia em grupo para ansiosos e estou aprendendo a perceber os menores sinais, desde um pensamento automático - geralmente negativo - até algumas ações que ganham a cena.
Em um dia desses de terapia, cheguei em casa e me desafiei: olhei-me no espelho.
Sim, meus caros, é algo que faço muito pouco por diversos motivos, desde insegurança até medo.
Mas enfim, realmente tentei ver e me enxergar.
Percebi que não gostava mais do meu cabelo, senti-me pálida.
Olhei para minhas unhas, sem fazer, roídas e sem cor.
Os olhos que me encaravam eram fundos e sem brilho, talvez pelas noites mal dormidas.
E foi aí que decidi fazer meu segundo ato de coragem (muito para o mesmo dia): fui me cuidar.
Peguei meu telefone, ainda indecisa, e digitei algumas mensagens. Marquei cabelo e unha.
Tomei coragem de cuidar de pedacinhos tão negligenciados, sempre deixados para depois, depois e depois.
Partes importantes da minha autoestima que foram substituídas pelos afazeres do dia a dia e, quando dei conta, precisavam urgentemente do meu olhar.
Não vou dizer que me senti A miss qualquer coisa, mas foi bom tirar momentos para olhar para mim mesma, perceber as pequenas necessidades e retomar pequenos prazeres da vida.
Conversando com uma amiga, ao ver o resultado da mudança significativa em meu interior, disse: "10 minutos que tiro do meu dia para fazer uma unha, não vão me atrasar."
Ela me respondeu: "10 minutos não, pelo menos uma meia hora para fazer unha você gasta."
Pensando bem, talvez eu tire um dia inteiro para mim. Assim, como o dia da faxina da casa e o dia dos estudos, um dia para a faxina do corpo e da alma.
Afinal, são esses pequenos gestos que fazem a vida valer a pena, nos fazem sentir mais vivos e únicos.
Parar é necessário, cuidar de mim mesma também é!
Pequenas vitórias, chamam grandes conquistas e, nesse dia, eu venci.