Eu precisei de dois goles de adeus para entender Que amor pode ser, apenas ser, sem servidão. Quando fui roubada de mim, trazida de volta Eu já não era mais eu, com todo o potencial, Força e vitalidade, estava inteira em pedaços. Quanto mais busca menos acha? Quanto mais conserta mais estraga? Paradoxalmente tentei ser, vida de alguém, A servidão acabou: Morri de amores! No entanto, ainda em pedaços, sigo, Pois não há reparo para o passado, As borrachas todas do mundo juntas Não apagam erros, mentiras e desilusões. As experiências se acumulam todas, É como se eu carregasse um guarda-mágoas nas costas E com ele saísse por aí fazendo parte Da coleção de mágoas dos outros já que Eu nunca fui perfeita. E o próximo gole de alegria virá Porque a vida é como um bar que você entra E nunca sabe o que vai ter para beber E se o que irão servir trará prazer para seu paladar. No entanto, você precisa beber para não morrer de sede, As vezes água gelada quando a faringite ataca Ou vodka, apesar de você já ser tonto por conta Ou água de coco no verão, Quem sabe? Cada dia é um preço que se paga. O máximo possível de se fazer É encontrar uns parceiros de viagem Que te ajudem a pausar, repousar, Apesar de todo pesar.
- 10 de Janeiro de 2018 -